sábado, 28 de maio de 2016

Poema de ódio e desvario porque a vontade de foda é maior que a fome


Ela quebrou o espelho do banheiro
A fita cassete
E o liqüidificador
Deu fantasiada de mulher fatal
No local de trabalho
E todo mundo soube
A lingerie rasgada no chão
Ela chorou tantas vezes
Planejou vida nova
E fugiu de casa
Drama pronto
Mais trágico que eu
Pondo as coisas dele pra fora
Recolhendo as roupas pra devolução
E o choro convulso de mais um termino que nao consegue ser fim
É melhor beber agora
Fumar um
Beijar quantas bocas puder
Pra manter a sanidade
E terminar qualquer briga numa foda boa
Em que eu rezo pra não gemer muito alto
E pra ele não gozar antes
Abortando qualquer possibilidade de final feliz pra essa noite
Depois a gente dorme
E o choro convulso fica pra outro dia
E ela se desfaz do espelho quebrado
Da fita cassete quebrada
Do liqüidificador quebrado
E volta pra casa porque não sabe viver em outro lugar
De outro jeito
Sem ser casada
Mulher de casa
Infiel
Julgada pelas fodas que não foram dele
E a gente no desvario de romper o ciclo
Sonha com uma comunidade de mulheres
Mas tanto faz se a outra só quer fuder
Mesmo sabendo do meu sangue atravessado
Porque sororidade é meu cu
Que eu dei naquela noite mesmo depois de jurar que nunca faria
Mas que foi bom
E me fez gemer alto
E minha perna tremer
Lembrando dela me comendo com o dedo
Enquanto eu agarrava seus seios

Nenhum comentário:

Postar um comentário