sábado, 28 de maio de 2016

A poeta sem emprego


Porque ser poeta sem ter que bater cartão no dia seguinte
É facil
Queria ver você no meu lugar
Passando mal diante do relógio de ponto
E ainda assim, querendo fazer verso com a dor
Dormindo de cansaço no banco do onibus
Batendo a cabeca contra a janela
Enquanto sonha em fazer poesia
Fui acordada no terminal de onibus
E tive qua andar de volta três pontos
Quase corrida
Pra nao chegar atrasada no sarau
Ser poeta e pagar o aluguel com o dinheiro do pai
Qualquer um pode
Quero ver rimar
Diante do caixa eletrônico
Percebendo que esse mês não vai dar
Ou até ter dinheiro sobrando
Mas descartar aquela viagem no fim de semana com os amigos
Porque a folga só cai na quarta
Quero ver recitar teus versos
Diante dos gritos da tua chefe na frente de todo mundo
E deixar sonoro o assédio
No fim escrevi um poema de inveja
Das tuas tardes livres
E teu tempo pra ler poesia em voz alta no meio da biblioteca

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