sábado, 14 de fevereiro de 2015

Relógio de ponto


Quando eu ia para o trabalho pensei em me atirar nos trilhos do trem. Mas pensei que seria maldade te fazer recolher meus pedaços... Noite passada minha tristeza quase abriu uma cicatriz em nós dois. Quando o trem saiu do subsolo e chegou a parte elevada vi o céu. O sol tentava romper as nuvens e nascer. Riscava o negro das nuvens de um azul esverdeado querendo ser amarelo. Achei bonito e sorri antes de deixar parte da minha vida no relógio de ponto. Talvez eu a resgate daqui oito horas e meia quando eu bater o cartão marcando minha saída. Talvez não, talvez nem no banho, talvez nem em sonho, talvez nem na conversa com amigos eu recupere o que deixo no relógio de ponto. Talvez nem dormindo com você, meu bem. Talvez nem dançando.

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