O calor me sufocava em toda parte da casa. Fui
até a varanda e deitei de costas sobre os ladrilhos laranja. Fiquei ali ouvindo
a chuva e sentindo o frescor do ar em minha pele. Pouco antes o calor me
sufocava como a angustia tem me sufocado pouco a pouco ultimamente. Agora os
respingos de chuva tocavam a minha pele e acalmava. O cheiro da grama molhada,
que minha vó havia cortado dias antes, me inebriava. A queda na temperatura me
acariciava a pele e de olhos fechados eu arfava aquele desejo que me tomava.
Tive que segurar a respiração e cerrar os dentes para que não ouvissem minha
respiração que soava em gemido. As pontas dos meus dedos formigavam quando o
vento mudou de direção e fez a chuva invadir a varanda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário