sábado, 15 de outubro de 2016

Prosa russa II


barriga embrulhada
hipócrita a tatuagem
no braço esquerdo
e fecha a porta do cafofo
parece armário
cheirando a mofo
e aquela barata
saindo do esconderijo
enquanto a gente
transava sentado na cadeira
fechei os olhos e gozei alto
e o amor pelo rabo da Naiara
que não me saía da cabeça
e pedagogia doutrinaria de Tolstoi
querendo discutir literatura
visão classista e pá
e o enrosco
pra escrever a palavra
classista
flertei
foi sem querer
mas ela sorria de volta
a sapatilha vermelha
meia calça preta
vestido preto e branco
casaco a combinar com os pés
posição de dama
bem educada
francesa cabelo chanel
me olhando feito amelie poulain
e eu já sei
meus ossos mesmos tortos
não são de vidro
a grande volta da frança
não faz fronteira
com a prosa russa

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