sábado, 8 de novembro de 2014

De transporte público


O cobrador do ônibus liga para a esposa. O diálogo simples. “Acho que estou estressado, mas te amo. Beijo.” Fim da ligação.
Chovia, todas as janelas do ônibus fechadas. O vapor a escorrer nos vidros e a menina de roxo a desenhar corações e flores em todos eles.


 Entrou no ônibus e girou a catraca. O cobrador cantava “Eduardo e Mônica”. Chegou bem a tempo de escutar o verso: “E quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”

Um comentário:

  1. Tem gente que consegue dar beleza em tudo. Até cobrar torna-se menos capitalista e mais poético.

    ResponderExcluir