O cobrador do ônibus liga para a esposa. O diálogo
simples. “Acho que estou estressado, mas te amo. Beijo.” Fim da ligação.
Chovia,
todas as janelas do ônibus fechadas. O vapor a escorrer nos vidros e a menina
de roxo a desenhar corações e flores em todos eles.
Entrou
no ônibus e girou a catraca. O cobrador cantava “Eduardo e Mônica”. Chegou bem
a tempo de escutar o verso: “E
quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”
Tem gente que consegue dar beleza em tudo. Até cobrar torna-se menos capitalista e mais poético.
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